Tudo anda tão instável... Mas, por incrível que parece, essa instabilidade tem clareado muitos dos meus conceitos. É como tentar caminhar sobre um gelo fino. Uma fina camada estável sob um lago inteiro de instabilidade. Receio de cair nessa abundância e não conseguir mais escapar... O famoso medo do desconhecido. Outro dia me apresentaram toda uma filosofia que se baseava no medo. Na verdade, eram mais coisas que se baseavam no medo. Todos os sentimentos negativos se baseiam nele. Depressão, trsiteza, raiva, stress e o próprio medo. A instabilidade se baseia no medo? A deficiência em fazer algo concreto seria o medo pelo quê? Não sei. Se soubesse, não temeria esse desconhecido.
Fiz um teste ontem que determinava, caso eu fosse um livro, qual seria. Bom, está aí o resultado, achei bem condizente:
"O vampiro de Curitiba", de Dalton TrevisanDescolado, objetivo e realista. Cult. Você deve se sentir mais à vontade longe de shoppings, da TV e de qualquer coisa que grite “cultura de massa”. Nada de meias palavras: a elas, você prefere o silêncio. Você não vê o mundo através de lentes cor-de-rosa, muito pelo contrário. Procura ver o mundo como ele é, entendê-lo, senti-lo. Às vezes, bate até aquele sentimento de exclusão, ou de solidão. Mas é o preço que se paga por ser um pouco "marginal". Não se preocupe, pois você atrai a admiração de pessoas como você: modernas no melhor sentido da palavra.Em "O vampiro de Curitiba" (1965), Nelsinho protagoniza uma variedade de contos, nos quais ele busca satisfazer sua obsessão sexual vagando pelas ruas de Curitiba - paralelamente, esta cidade de contrastes se revela ao leitor. A temática e a forma já denunciam: este não é um livro para qualquer um. Tem que ter cabeça aberta para enfrentar a linguagem nua e crua de Trevisan, que é reverenciado pelo leitor capaz de driblar velhos ranços burgueses.
Água